"E o jovem Samuel ia crescendo, e fazia-se agradável, assim para com o Senhor, como também para com os homens." I Samuel 2,26



O projeto JIP tem por objetivo levar o crescimento espiritual de todos os jovens, sendo eles anunciadores da Boa Nova, formando uma aliança de amizade com Deus, sendo agradáveis ao Senhor e aos homens.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2009

A PAZ É FRUTO DA JUSTIÇA, ISAÍAS 32,17
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2009


Com o lema extraído do texto de Isaías 32,17, “A paz é fruto da justiça”, e o tema: “Fraternidade e segurança pública”, iniciamos hoje com a Igreja do Brasil a 46ª. Campanha da Fraternidade, realizada nesse tempo em que somos chamados à conversão criando as condições para que o Evangelho seja mais bem vivido em nossa sociedade por meio de uma cultura da paz fundamentada no amor e na justiça social.
A Campanha da Fraternidade 2009 com o tema “Fraternidade e Segurança pública” deseja despertar o debate sobre a segurança contribuindo para “a promoção da cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade, a fim de que todos se empenhem efetivamente na construção da justiça social que seja garantia de segurança para todos” (Manual CF 2009, n.4).
Ter uma vida segura e criar as condições para um cultura da paz é dever de todos nós e que está relacionada também às atitudes e valores dos cidadãos, quer isoladamente ou coletivamente, porque o “ser humano não nasceu para viver só. Para crescer e desenvolver-se, ele precisa necessariamente se relacionar, vivendo em comunidade” (Manual CF 2009, n.37). Como pessoas, nem sempre é fácil, devido à complexidade do ser humano, um ser de relações, que foi se organizando em comunidades desde sua origem até chegar à sociedade tecnológica desse século.
Essa constatação deve nos remeter ao problema da falta de segurança pública que se manifesta de muitas maneiras: no trânsito, nos cárceres, no tráfico de drogas, de armas e de pessoas, na violência das ruas, bem como em toda forma de desigualdade social: falta de moradia, educação, assistência à saúde, que fere diretamente o que está descrito na Constituição da República Federativa do Brasil no artigo 144: “a segurança pública é dever do Estado. Ela também é direito e responsabilidade de todos. Deve ser exercida para a preservação da ordem pública e da integridade das pessoas e de seus bens”. A ausência da segurança pública é geradora de situações de insegurança social causadora de diversos graus de conflito, já que podem gerar situações humanizadoras e também desumanizadoras, não raramente negando até mesmo a dignidade da pessoa e dos outros, através da insegurança social e da violência nas relações interpessoais.
O Documento de Aparecida faz um alerta para estarmos atentos a tantos caminhos de morte existentes na sociedade e nos alertou a retomarmos com fé e coragem o caminho proposto por Jesus, um caminho de vida que atinge o ser humano por inteiro e desenvolve em plenitude a existência humana em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural. Jesus indica o caminho da vida porque “o ser humano é sempre sagrado, desde a sua concepção até a sua morte natural, em todas as circunstâncias e condições de vida” (DAp, 112), e Ele mesmo se apresenta como sinal de vida: “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Portanto, é responsabilidade do Estado e dever de todos combater com firmeza e com base legal toda a forma de comercialização da droga e o seu consumo ilegal, a corrupção em todas as esferas e todos os caminhos geradores de morte e não de paz.
Contribuir para a promoção da cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade é garantia de segurança para todos. Fortalecendo a ação educativa e evangelizadora buscamos a “paz positiva, orientada por valores humanos como a solidariedade, a fraternidade, o respeito ao outro e a mediação pacífica dos conflitos, e não a paz negativa, orientada pelo uso da força das armas, a intolerância com os diferentes e tendo como foco os bens materiais” (Manual CF 2009 n.4).
Por que tantas vezes escolhemos o caminho da morte? Em primeiro lugar, escolhemos o caminho da morte porque não nos abrimos à realidade desenvolvendo ações que visem à superação das causas e dos fatores de insegurança “a partir do exercício da cidadania, do protagonismo pessoal e da participação na construção do bem comum, utilizando, para esse fim, todos os meios legítimos que estiverem ao nosso alcance” (Manual CF 2009, n. 30); em segundo lugar por que reduzimos nossa vida a aspectos imediatos, que podem ser explicados pela ciência, esquecendo que “somos seres históricos inseridos e condicionados em uma realidade com dimensões: social, política, cultural, econômica e religiosa” (Manual CF 2009, n. 28). Eliminamos a pergunta sobre o sentido das coisas e da vida, deixando sem resposta as perguntas sobre o amar e o sofrer, o bem e o mal, a abertura para a realidade transcendente em vista da plenificação existencial princípio norteador da conduta humana.
Celebrar a Quaresma é reconhecer a presença de Deus em nossa caminhada: no trabalho, na luta, no sofrimento e na dor do povo! A Quaresma é tempo forte de conversão, de mudança interior, de graça e de salvação. Por meio do exercício da oração pessoal e comunitária, do jejum e da caridade, tornamo-nos sempre mais abertos e disponíveis às iniciativas da ação de Deus.
“Senhor, que a vossa graça venha até nós, para que a Campanha da Fraternidade seja um forte instrumento de conversão. Sejam criadas as condições necessárias para que todos vivam em segurança, na paz e na justiça que desejais” (Oração da CF 2009).

Padre Vilmar Moretti
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Salete - Bairro Próspera
CF 2009 – Artigo disponível no site: http:/paroquiasalete.googlepages.com



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