"E o jovem Samuel ia crescendo, e fazia-se agradável, assim para com o Senhor, como também para com os homens." I Samuel 2,26



O projeto JIP tem por objetivo levar o crescimento espiritual de todos os jovens, sendo eles anunciadores da Boa Nova, formando uma aliança de amizade com Deus, sendo agradáveis ao Senhor e aos homens.

terça-feira, 18 de março de 2008

REALITY SHOW – BB 8 – VERDADE OU MENTIRA????

O Big Brother (Grande Irmão), em sua origem é o personagem central do romance, publicado em 1948, pelo escritor inglês George Orwell. Preocupado com o totalitarismo soviético, Orwell imaginou uma sociedade dominada por um ditador, que se autodenomina “Grande Irmão”. Nesta sociedade, os cidadãos são permanentemente vigiados, monitorados por câmeras instaladas em toda a parte, a começar de suas casas. Certamente George Orwel jamais teria imaginado que sua profecia se realizaria em regimes que se dizem democráticos, como em nossos dias!
O Reality Show na sua oitava edição exibido pela Rede Globo de televisão afirma que o «Big Brother» apresenta a vida como ela é na realidade de cada dia, em cada ambiente, inclusive na família e não como imaginamos ou queremos que seja. Na verdade, o programa mostra a vida como ela é sempre que o amor é substituído pelo egoísmo: o outro passa a ser visto como concorrente e rival, que precisa ser destruído para que eu possa vencer não importando os meios que para chegar a este intento seja usado. No espetáculo que somos convidados a espiar pelas lentes do “Grande Irmão”, o que parece imperar a velas soltas para permanecer na casa, vivendo o irreal, é o princípio maquiavélico de que o fim justifica os meios. O que importa é atingir o objetivo: vencer, ganhar o premio, mesmo que, para isso, tudo fique em segundo lugar, inclusive o respeito, os valores éticos e a dignidade da pessoa humana. Enquanto no confessionário, se decide pelo voto quem deve sair ou ficar, expondo publicamente as simpatias ou antipatias daquele que será julgado por milhares de brasileiros motivados pela baba da era moderna, a dar seu voto, contribuindo dessa forma com o espetáculo do irreal, enriquecendo ainda mais as grandes empresas de telefonia móvel ou fixa. Você sabe quantos milhões de reais são gerados em cada paredão?
O Big Brother é a cara de um Brasil sem princípios, sem valores, do cartão corporativo, dos conchavos e sem rumo e, por isso mesmo, malandro, corrupto e violento – o oposto da pátria que desejamos e ajudamos a construir se ficarmos longe de shows tão malfadados! O comportamento dos componentes do Big Brother e do público são expressões de imaturidade humana e não refletem o que o ser humano tem de melhor: sua dignidade!
O programa estimula a ilusão de entrar em um mundo virtual televisivo onde tudo é fácil e permitido, e a felicidade depende de determinados produtos que adquirimos com uma quantidade de estalecas conseguidas também a custo de próprio jogo, como se para isso não fosse necessário trabalhar, ficando um dia inteiro sem fazer nada, tomando banho de sol, de piscina, com direito a alimentação e todo o conforto imaginário. Vamos olhar a fisionomia dos atores. Será que pode existir um sonho melhor do que ganhar dinheiro e fama sem fazer nada, onde a escolha dos atores segue obrigatoriamente os padrões de beleza impostos pela sociedade, quando a imensa maioria da população brasileira tem uma existência dura, uma fisionomia sofrida e trabalhosa, exatamente o contrário do que acontece no Big Brother.
No Big Brother, os participantes fazem o espetáculo, uma espécie de “marionete” obrigada a satisfazer as necessidades da emissora, inclusive financeiras e dos telespectadores. O programa sacrifica o que o ser humano tem de melhor: a capacidade de estabelecer relações verdadeiras, não apenas virtuais, baseadas na gratuidade, no diálogo e na sinceridade. “To be or not to be”! Big Brother: a vida como ela é?

Padre Vilmar Moretti, Núcleo de Pastoral do Colégio Marista – email: sensusfidei@gmail.com

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